sábado, 31 de dezembro de 2011

Reflexões sobre 2011




Mais um ano chegando ao fim e nós mais uma vez fazendo uma retrospectiva e um balanço de tudo o que aconteceu, pensar nos objetivos que você alcançou, pensar nos objetivos que você não pensou e alcançou, pensar nas novas amizades que você fez, nas amizades que permaneceram, nos laços que foram construídos, nos lugares que foram descobertos, sentimentos que foram acordados, pensar nas alegrias que obteve, nas tristezas que sofreu, erros que cometeu, nas injustiças realizadas e pensar para o próximo ano que talvez você não irá cometer os mesmos erros que cometeu neste ano, mas sim outros erros por que você é um ser humano como qualquer outro que erra muitas vezes e acerta também.


Que 2012 venha trazendo muita paz para este mundo e muitas realizações.
O sucesso só é alcançado com muito esforço e trabalho então mãos a obra e nos vemos ano que vem.


Um ótimo ano novo para todos os meus amigos, colegas, familiares, alunos e professores.

domingo, 13 de novembro de 2011

"O cárcere da alma feminina"



O que é o ser humano? Mais alma ou mais corpo?


Ouso até responder a tal indagação.


O ser humano é sem dúvida mais alma do que corpo, logo o seu sexo deve ser aquele que vem de seu íntimo, que vem de suas entranhas, que vem de sua alma.

O espetáculo “O cárcere de uma alma feminina” narra à história de Paulo, na infância e na fase adulta, um jovem que se diz ter uma alma feminina encarcerada em um corpo masculino, mostra o quanto é difícil para ele viver perante esta situação numa sociedade que ainda não está preparada para compreender esse transtorno de identidade.


Trabalho da Disciplina de Encenação II do Curso de Teatro da UFPEL.


FICHA TÉCNICA


Direção: Maicon Barbosa


Elenco: Jandira Brito - Ana Luíza
             Márcia Monks - Thábata / Paulo
             Miguel D' Avila - André
             Paulo Otávio - Paulo


Iluminação: Tainara Urrutia


Sonoplastia: Thalita Ferreira


Orientação: Professor Paulo Gaiger


O que? Espetáculo Teatral "O cárcere da alma feminina"


Quando? Dia 3/12/2011


Onde? No Teatro do COP (Rua Almirante Barroso, 2540)


Horário? 19:30h


Entrada Franca

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Os desafios da sociedade contemporânea





O principal desafio da sociedade contemporânea é tentar equilibrar as diferenças. Diferenças essas de raça, gênero, social e etc.

Não consigo entender como pode existir ainda tanto preconceito no mundo em que vivemos hoje, com todas essas informações que temos dos meios de comunicações. Penso que o preconceito ou pré-conceito existe por falta de informação da pessoa que o tem.

A homofobia, por exemplo, está presente no nosso cotidiano, é só abrirmos os olhos e enxergarmos de verdade para percebermos que a opção pelo mesmo sexo ainda causa revolta por uma parcela da sociedade. Eventos como a “Parada Gay” que seria para discutir as políticas públicas e o preconceito se torna algo totalmente inverso e reforça ainda mais a visão que a sociedade tem dos gays de serem todos uns pervertidos e promíscuos. Quando a “Parada Gay” se tornar um evento de discussão e conscientização, talvez a sociedade comece a ter uma outra visão do mundo GLS, como já falei, o preconceito existe por falta de informação. Quando isso ocorrer as diferenças serão diluídas.

Outra diferença gritante em nosso país é o das classes sociais. Como pode em um país tão grandioso e rico como o Brasil existir tanta desigualdade social. Várias questões entram dentro desse tema, como o trabalho escravo, trabalho infantil, corrupção, direitos humanos e outras séries de questões a serem discutidas afetadas por causa das diferenças de classes.

Quando os governantes do nosso país se preocuparem realmente com a questão da desigualdade e governar com os “olhos que enxergam” os desafios da sociedade contemporânea serão equilibrados.
Maicon Barbosa

terça-feira, 18 de outubro de 2011

MOSTRA NAVEGANDO EM SHAKESPEARE


Venho convidá-los para a MOSTRA “NAVEGANDO EM SHAKESPEARE”, quando os diversos grupos de teatro e dança do Projeto Quilombo das Artes, integrado por crianças, adolescentes, jovens e adultos, irão apresentar esquetes de teatro e coreografias de dança inspirados na obra de W. Shakespeare. Esta Mostra é expressão parcial deste Projeto de educação continuada iniciado em março de 2010, no bairro Navegantes II, território humano de muita pobreza e violência. A mostra irá ocorrer nos dias 29 e 30 de outubro, sábado e domingo, a partir das 15h, no Teatro do COP (Almirante Barroso, 2540), em Pelotas, com entrada franca.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Um viagem ao Porto Alegre em Cena

GRUPO MOTOTÓTI E PIBIDIANOS

A 18º edição do Porto Alegre em Cena se realizou entre 6 a 27 de setembro de 2011, foram inúmeros os espetáculos que desembarcaram na capital gaúcha, a cada ano o festival ganha mais força e credibilidade, traz artistas de muito renome do teatro mundial. E esse ano não foi diferente, conseguiu reunir em um mesmo final de semana encenadores como Bob Wilson e Peter Brook e também uma montagem de Medeia com uma roupagem inovadora.

O PIBID Teatro da UFPel resolveu levar os seus bolsistas nesse mesmo final de semana para o festival em Porto Alegre, visto a importância desses encenadores para o teatro e também para a recepção teatral, pois ser espectador também é uma forma de aprendizado.

Sexta-feira dia 23 de setembro fomos ao teatro Bourbon Country para assistir a montagem dirigida por Peter Brook “A Flauta Mágica”, ópera de Mozart. De uma eficácia cênica comovente, o espetáculo explicita o método de encenação de Brook, um dos maiores encenadores da história do teatro, buscando a simplicidade absoluta de efeitos, reduzindo a duração do espetáculo de quatro horas para uma hora e meia, sem que se perca nenhum dos aspectos fundamentais da obra. Por ser um musical não gostei muito, queria ver mais atores em cena e não cantores, logicamente que foi um espetáculo diferente para mim, talvez por isso não curti, não estou acostumado a assistir ópera, mas como um artista educador tenho que estar sempre aberto ao novo, então achei de suma importância ter visto a “Flauta Mágica”.

Sábado dia 24 de setembro à tarde fomos ao parque Farroupilha assistir a mais um espetáculo o “I- Mundo” do grupo porto alegrense “Mototóti”. O atores Carlos Alexandre e Fernand Beppler interpretam Abs e Obs, dois seres de outro mundo, que chegam em cortejo, com figurino e maquiagem exóticos e estranhos, provocando curiosidade nas pessoas. Eles vivem em um planeta chamando I-mundo. A peça é muito boa, os atores são ótimos, tem um domínio da platéia, por ser teatro de rua os atores tem que saber prender a atenção do público e os dois souberam fazer com excelência. Figurinos e maquiagens também foram marcantes na encenação. O grupo está fazendo quatro anos de existência nesse ano e ao final do espetáculo compartilharam alguns docinhos com o público presente e todos cantaram parabéns.

Também fomos ver a exposição dos 50 anos do dramaturgo gaúcho Ivo Bender que ocorreu no Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo. Autor de peças que marcaram a história do teatro feito em Porto Alegre, no Brasil e no Exterior como “Sexta-feira das paixões”, “Queridíssimo canalha”, “Quem roubou meu Anabela?” e outras. Foi muito bom ter conhecido um pouco da obra desse grande autor.

A noite foi à vez de irmos ao Teatro Renascença conferir a montagem de Medeia. A célebre tragédia de Eurípedes conta a história da mulher traída por Jasão que, para se vingar do homem que a desonrou, mata os dois filhos do casal. A curiosidade vem da roupagem étnica da encenação, com um elenco de atores africanos, embalados em canções tribalistas e oferecendo um espetáculo de rara força cênica e encantamento. Saí do teatro encantado como aquela encenação maravilhosa, atores excelentes, brilhantes, o cenário e figurinos muitos simples, porém a atuação dos atores não deixaram a desejar em nenhum instante. O continente africano estava presente em toda a montagem, penso que talvez fosse o que mais chamou a atenção da peça, pois já ocorreram várias montagens dessa tragédia e o que inovou foi justamente ter trago para a cena elementos da cultura africana.

Domingo dia 25 de setembro, à tarde fomos prestigiar a 8º Bienal do Mercosul que aconteceu no Santander Cultural. A oitava edição tem como tema “Ensaios de Geopoética”, trata da territorialidade e sua redefinição crítica a partir de uma perspectiva artística. Os artistas por meio das obras discutem noções de país, nação, identidade, território, mapeamento e fronteira sob os aspectos geográficos, políticos e culturais.

A finalização dos estudos aconteceu no Teatro São Pedro onde assistimos o artista mais aguardado da 18º edição do Porto Alegre em Cena, Bob Wilson, atuando e dirigindo o monólogo “A Última Gravação De Krapp”. O texto é de Samuel Beckett. Um espetáculo belíssimo, com atuação magistral e iluminação incrível. Não é por acaso que Bob Wilson é considerado um dos melhores encenadores da atualidade, além de excelente diretor é perfeito como ator, tem um domínio técnico que impressiona e sem dúvida o grande feito das suas montagens é a iluminação. 

Posso dizer que só por ter visto o Bob Wilson já valeu e muito ter ido ao Porto Alegre em Cena e com certeza acrescentará para a minha formação, tanto acadêmica quanto artística.

Maicon Barbosa

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O teatro negro no Brasil

Grupo Nós do Morro

       O Brasil é um país muito preconceituoso, em todos os sentidos, mesmo que seja velado ainda é gritante a forma como a minoria é tratada.
    O negro ainda é tratado de forma diferenciada na sociedade. No teatro não é diferente, é raríssimo vermos um negro com grande destaque e visibilidade nos espetáculos ou em grupos teatrais. Na televisão mesmo são poucos os negros que se destacam e mesmo assim são sempre os mesmos atores que ganham visibilidade, como se estivesses apenas esses atores negros no Brasil. É engraçado e triste, mas só quando uma novela de época é produzida que os atores negros são lembrados e vão ter presença, porém no papel de escravos.
Voltando ao teatro, que é o foco desse trabalho, são poucos os projetos de teatro que são pensados, elaborados e executados na periferia, onde se encontra a grande parte dos negros.
O grupo “Nós do morro” é um grande exemplo de projeto voltado à negritude, logicamente que o enfoque é os moradores do morro do Vidigal, mas esses a maioria são negros. O grupo é coordenado pelo ator, diretor e produtor Guti Fraga que desde 1986 desenvolve esse projeto na periferia do Rio de Janeiro, o intuito desde seu início foi de levar a arte para todos aqueles que não têm acesso e dissemina- la para todos os lugares, quebrando qualquer paradigma e preconceitos existentes pré estabelecido.
No grupo os negros têm vez e voz, e graças a essa livre expressão, os atores negros estão abrindo portas para toda uma classe e hoje podemos ver vários do grupo no cinema e em novelas da Rede Globo e Rede Record, um grande avanço, visto que em algum tempo atrás os negros nem faziam teatro, ou seja, os atores negros não tinham espaço, os atores brancos “interpretavam” os negros.
O “Nós do morro” está proporcionando além de cultura e arte aos moradores do Vidigal a chance e a oportunidade de eles se verem na televisão e no cinema, e quebrando qualquer barreira e preconceito que, infelizmente, ainda existe em nossa sociedade hipócrita.
Os negros, quanto os brancos, não têm nenhuma diferença, apenas na cor, não consigo entender por que ainda exista, em pleno século XXI, tanto preconceito racial, com essa evolução nos meios de comunicação, isso é um retrocesso.
Maicon Barbosa

sábado, 17 de setembro de 2011

OFICINA TEATRANDO NO PIBID




A Oficina terá início dia 1/10/2011 tendo como local a AABB que fica situado na rua Alberto Rosa, 580.
O Teatrando está na sua III edição e o público alvo são todas os acadêmicos/as das licenciaturas, pibidianos/as da UFPel e interessados/as em geral.
O projeto é oferecido no âmbito do PIBID/UFPel, justifica-se em um fazer teatral destinado às diferentes áreas do conhecimento e sujeitos-docentes envolvidos no projeto,com o intuito de propiciar aos participantes uma vivência da linguagem teatral.
São abordados jogos, improvisações e exercícios de corpo voz , onde os participantes, professores e futuros professores, ampliarão seus conhecimentos sobre as potencialidades de seus corpos e vozes, sendo estas suas principais ferramentas de trabalho. A imaginação, a criatividade , o trabalho em grupo, a disponibilidade , a expressão oral e corporal, a concentração, a relação com o outro e consigo mesmo, entre outros tantos elementos envolvidos no trabalho com teatro, também serão desenvolvidos nos encontros.
Mais informações no cartaz.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

POLIFÔNICO NUMERO UM



Sábado dia 03 de setembro de 2011, fui assistir ao espetáculo “Polifônico numero um” que é uma conclusão de trabalho da disciplina de Montagem Teatral I e II, coordenado pelo professor Adriano Moraes.
“Polifônico” é o espetáculo-cerimônia de formatura da primeira turma do curso de Teatro da Universidade Federal de Pelotas.
O espaço escolhido para a apresentação do espetáculo foi um das salas do curso de teatro, mais precisamente o tablado. A montagem teatral ocupou todo o espaço do tablado e fez o público sair da sua “zona de conforto” e ir acompanhando cena a cena o desenrolar dos acontecimentos.
Tudo começa quando o mestre de cerimônias, o conhecido diretor de teatro de Pelotas Flávio Dornelles, anuncia e chama o público para a abertura do cerimonial. Ele fala do passado e futuro do teatro pelotense e a chegada do curso de teatro na cidade.
Em seguida “entram em cena” os atores – alunos Ana Alice Muller e Célio Soares “encarnando” respectivamente, Jocasta e Édipo, uma das tragédias gregas de Sófocles, e sobre a mesa está Inácio Schardosim nu, pronto para ser “devorado” no banquete servido pelos gregros.
A cena é interrompida pelos artistas de rua, e também alunos do curso de teatro, Vanessa Martins e Neusa Kuhn, que brincavam com o público presente e descontraíram o ambiente que se encontrava “pesado” em função da tragédia grega. Figurinos bem divertidos, remetendo aos bufões da comedia dell’ arte da época que o teatro era feito em cima de carroças. Os artistas de rua depois de interromper a cena vão embora e o público é deslocado novamente para outro ambiente da sala. Olhos atentos e curiosos, um ator nu dentro de um cubo falando sobre os mandamentos do teatro, Maurício Rodrigues, totalmente despido de pudores e entregue a cena, confiante, sem se importar com a platéia que está ao seu redor com olhares de pré- conceito, não sabendo e não entendendo o que aquele corpo nu representa.
Em seguida inicia outra cena com a atriz Lucia Berndt, conversando com o público e se apresentando a eles, o texto mais sincero e verdadeiro da peça, pois a atriz fala de sua vida e o começo se sua carreira artística como clow, encerra sua performance se comparando a uma outra artista, que só fica claro quando ela termina a sua maquiagem e vira-se para a platéia, até então ela encontra-se de costas terminando a sua make, agora ela é Frida Clow e não Lúcia.
Depois da linda cena da atriz, começa uma gritaria e um trabalho de corpo que beira a exaustão, agora o foco é a o aluno convidado do núcleo, Elias Pintanel, mostrar o que aprendeu sobre o estudo do encenador Grotowski e causar espanto e medo, algumas vezes foi essa a reação do público presente, que não entendia o propósito de toda aquela encenação, confesso que eu também não entendi.
Joice Lima aparece como Lady Macbeth, à famosa rainha louca que é  atormentada pelos crimes que ela e seu marido cometeram, a atriz consegue convencer em uma interpretação incrível e verdadeira, sem nenhum vício de amadorismo, um olhar marcante e presente, lava suas mãos constantemente para apagar o sangue que foi derramado em honra a seu marido.
Novamente o público é deslocado, agora é Valéria Fabres que surge, ela se encontra sentada, num ambiente que representa um barzinho, começa a contar para as pessoas presentes um pouco de sua vida íntima, é o momento de descontração do espetáculo, onde ela ensina que é “possível sentir prazer anal”.
O encerramento é feito por Inácio Shardosim, que representa o espectador, numa atuação não muito convincente, talvez por deixar transparecer que está apenas seguindo o ritual de apresentação e não está envolvido como deveria com o processo, pois estar “dentro” da cena faz parte do processo.
Todos os alunos- atores e a parte técnica se voltam para o tablado para receber os aplausos do público que se encontra feliz com a proposta do professor e orientador da disciplina de montagem, Adriano Moraes, de se criar um espetáculo pra fechar o primeiro ciclo do curso com o qual se discuta o teatro e a falta de opções na cidade.
Concluo afirmando que foi muito prazeroso assistir o trabalho de montagem dos colegas e ver que o teatro só tem a crescer na cidade com esse curso que a UFPel proporciona para todos nós artistas - docentes.
Maicon Barbosa

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Poster do Projeto Quilombo das Artes


Crítica a peça “A viagem de um barquinho”



A peça infantil “A viagem de um barquinho”, de Sylvia Orthof, apresentada no auditório do Colégio Pelotense no dia 05/04/2011, pelo grupo teatral de Passo Fundo Timbre de Galo deixou muito a desejar, principalmente para a sua platéia que me parecia não prestar muita atenção na história contada pela trupe.
Como era um espetáculo infantil os atores poderiam ter interagido mais com as crianças que os assistiam, colocando-os dentro da história e fazendo com que se interessassem mais pela obra. Penso que faltou direção, tanto no que tange a atuação de atores quanto à estrutura da encenação.
Em primeiro lugar achei desnecessário transpor a peça para o universo gaúcho, personagens e trilha sonora carregados de bairrismos.
Os atores não convenciam nos seus respectivos personagens, exceto a atriz que fez a lavadeira, que atuou brilhantemente e deu uma vivacidade ao espetáculo. Mesmo assim achei equivocada a escolha do diretor pela atriz negra para fazer a personagem da lavadeira, pois fazendo isso ele está automaticamente acentuando o preconceito em relação ao negro por ser sempre o desfavorecido, ainda mais em se tratando de uma peça infantil onde o público são as crianças e estas estão construindo os seus valores.
Excessos de adereços desnecessários também contribuíram para “sujar” as cenas, como por exemplo, a cuia na mão do personagem sol, que não foi usada para nada, o carrinho da lavadeira cheio de adereços que não foram utilizados e alguns instrumentos que não foram tocados em cena pelos atores e estavam presentes.
O lado interessante do espetáculo ficou a cargo da trilha sonora tocada ao vivo pelos atores, que se revezavam a todo instante, é sempre vivaz a um espetáculo ver atores cantando , dançando e atuando, deixando - o mais rico. A troca muito rápida do figurino dos atores, o rio representado por um pano azul e o personagem sonho que conseguiu prender a atenção da platéia e levá-los novamente para dentro da história também foram alguns dos fatores que contribuíram para o lado positivo da encenação.
Em suma foi um espetáculo decepcionante, pois para um grupo de teatro com quase dez anos de estrada poderiam ter feito algo bem melhor. Penso que o grupo montou esse texto de Silvia Orthof com o único intuito de ser uma obra vendável, pois peças infantis são sempre fáceis de serem comercializadas, já tem um público cativo. Infelizmente a arte fica em segundo plano quando o foco principal é o comércio e não a obra em si.
Maicon Barbosa

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Crítica da peça “Nove mentiras sobre a verdade”.


A peça “Nove mentiras sobre a verdade”, do Grupo Teatro Líquido, foi apresentada no Espaço Tholl no dia 14 de abril de 2011 tendo início às 20h. Todas as turmas de teatro e dança da UFPel foram liberadas para assistirem ao espetáculo, ou melhor, este foi incluso no calendário acadêmico dos cursos, portanto o público presente eram de  alunos, professores e pessoas ligadas ao teatro.
“Nove mentiras sobre a verdade” é um monólogo no qual a atriz Vanise Carneiro interpreta a personagem Lara, uma mentirosa compulsiva que rouba a identidade de figuras famosas de filmes e acredita que os tenha estrelado. Lara esta em um grupo de apoio a mentirosos compulsivos, quando a peça inicia é a vez dela falar. Portanto o espetáculo inteiro é uma conversa da atriz para com a platéia.
O espetáculo inicia com um ator sentado numa cadeira no palco esperando o público, o ator esta interpretando o diretor da peça. Nessa espera ele olha a todo o momento para o relógio e faz expressões de desconforto, quando ele percebe que o público já está presente ele sai de cena. Em seguida entra a atriz e começa sua “conversa” com a platéia.
A encenação toda está calcada nesse eixo de ator – platéia, mas só que a atriz não da à liberdade de o público responder os seus questionamentos, fica visível que a atriz não está preparada para o “jogo” com a platéia, se esse era o objetivo da atriz ou do diretor, infelizmente não aconteceu.
O espetáculo está centrado no trabalho de ator, mais especificamente no trabalho de atriz, Vanise Carneiro dá um show de interpretação nos fazendo embarcar no seu mundo de mentiras e nos convencendo de seus vários papéis sociais, de atriz, de mãe, de esposa, de filha, por ser um monólogo ela se saiu muito bem, não deixou o espetáculo “cair” em nenhum momento, o texto cheio de nuances e indicações de filmes famosos que no qual ela se apropriou e contava como se fossem recortes de sua vida ajudou-nos a prender a nossa atenção.
A direção de “Nove mentiras sobre a verdade” foi excepcional, tanto no que tange o trabalho de ator como na cenografia, tudo foi muito pensado e todos os elementos de cena foram utilizados, Lara, a personagem interpretada por Vanise, chega num espaço quase vazio, apenas com uma cadeira no centro do palco, com uma mochila do Superman e dentro dessa mochila encontram-se o restante dos elementos cênicos, um lenço, um gravador, fósforos, uma camiseta, que dão o suporte para ela criar novas direções e nos transportar para outras histórias.
O trabalho de som, as projeções e a iluminação desse espetáculo também merecem destaque, tudo muito bem utilizado e que apenas contribuiu de forma positiva para promover significações ou ilustrar as histórias contadas pela atriz.
“Nove mentiras sobre a verdade” traz uma reflexão sobre sermos, muitas vezes, coadjuvantes de nossas próprias vidas, Lara é uma atriz que só faz figurações em filmes, uma metáfora de sua vida, para ela todas as histórias que conta são suas, mas na realidade por não ser protagonista nem de sua própria vida ela cria um roteiro e o segue como se fosse um filme, o filme de sua própria vida real.
Maicon Barbosa

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Renato Russo - Força sempre!

É tão estranho, os bons morrem jovens.


        Foi numa tarde do dia 11 de outubro de 1996 que a voz de um grande poeta e um dos maiores cantores do século, se calou para sempre.
      Renato Manfredini Junior gostava de fantasiar que fazia parte de uma banda de rock imaginária chamada 47th Street Band, na pele do fictício Eric Russel, de quebra quis homenagear o iluminista suíço Jean – Jacques Rousseau, o filósofo inglês Bertrand Russel e o pintor francês Henri Rousseau. Tornou-se Renato Russo. Despontou para o sucesso em Brasília. Foi professor de inglês, criou em 1978 o Aborto Elétrico, grupo influenciado pelo punk rock inglês. Em 1982, saiu do Aborto e montou o Legião Urbana. E não demorou muito para se tornar um mito do rock nacional. Suas letras sempre atuais, falam de coisas que qualquer pessoa gostaria de falar e que ele com a sua coragem e personalidade marcante traduziu nas suas músicas.
      A minha paixão por esse poeta aconteceu após a sua morte, no ano de 1999, estava assistindo um programa da rede globo chamado “Linha direta” na casa da minha avó, esse programa era famoso por mostrar crimes bárbaros que aconteciam e estavam sem serem solucionados ainda. O programa mostrou o brutal assassinato de um jovem que era fã de Renato Russo e foi enterrado ao som da música “Pais e filhos”, um programa belíssimo que fez me emocionar muito. Nasceu então desde esse dia uma paixão inexplicável por esse grandioso poeta.
       As suas músicas sempre acalentaram a minha alma e eu as procuro ouvir nos momentos em que estou precisando de uma palavra amiga.
    A sua coragem e a sua personalidade marcante me inspiram a ser uma pessoa forte, Renato não teve medo de assumir a sua rebeldia, a raiva, a homossexualidade, a depressão, e as drogas, enfrentou a sua doença com maestria e quando viu que não dava mais decidiu ir para um lugar melhor, um lugar que concerteza seria melhor  que esse no qual vivemos.
     "Empunhou apaixonadamente todas as bandeiras da sua geração, mas tremeu na hora de enfrentar a tempestade."


Maicon Barbosa

domingo, 21 de agosto de 2011

Crítica a peça "Larvárias"

"Larvárias" atuação e direção de Daniela Carmona
       A peça “Larvárias”, da CIA DO GIRO, foi apresentada no Espaço Tholl no domingo, dia 22 de maio de 2011, tendo início às 20h.
            “Larvárias” conta com apenas dois atores em cena, Daniela Carmona e Adriano Basegio, que se utilizam de máscaras-larvas de diferentes tamanhos e formas com o objetivo de retratar o cotidiano. De um mundo totalmente branco, em meio ao nada, surgem essas figuras indefinidas, que aparentemente não estão resolvidas em características humanas, mas que também não são animais.
            O espetáculo nos faz embarcar nesse mundo fenomenal que envolve o contato entre essas duas figuras que hora se encontram e se desencontram.
             “Larvárias” é um espetáculo teatral que sai do convencional, não existe texto, apenas um roteiro, o trabalho de atuação dos atores é corporalmente. A peça toda está calcada no trabalho corporal e gestual, pois como eles usam máscaras, a atenção está voltada todo para o corpo. Daniela Carmona e Adriano Basegio não deixam a desejar no que tange a expressão corporal, eles conseguem “falar” apenas com o corpo.
Os recursos utilizados para ambientar a peça, tais como, música, luz, cenário e figurino, foram de extrema importância, pois contribuíram de forma positiva para o desenrolar da ação. Como a peça toda era sem falas, com apenas o trabalho de expressão corporal dos atores, poderia ter ficar muito cansativa, mas não ficou graças a presença cênica marcante dos atores. O público geralmente espera por um espetáculo convencional, como uma historinha com começo, meio e fim, pois “Lárvárias” é completamente diferente, é um projeto de estudo dos atores Daniela Carmona e Adriano Basegio sobre as máscaras, que foi introduzido no universo teatral na década de 60 pelo francês Jacques Lecoq e o qual desenvolveu princípios técnicos para utilização dessas no espaço cênico, o que nos foi apresentado foi um trabalho de pesquisa, uma demonstração técnica e não um espetáculo em si.
A direção e o roteiro de “Larvárias” ficou a cargo da atriz que também atuou na peça, Daniela Carmona, a sua assistente Adriane Mottola, ajudou na finalização do projeto de encenação, que foi excepcional. Um espetáculo de qualidade, com direção e atuação afinadíssimas, uma “injeção” de animo a todos nós estudantes de teatro, que “tentamos” fazer  teatro numa cidade onde este “morreu” e que só se vive de “lendas”. 
Maicon Barbosa

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Divulgação da peça "Trecho Ermo".



DIA : 20/08/2011
LOCAL: TEATRO DO COP ( ALMIRANTE BARROSO, 2540)
HORÁRIO: A PARTIR DAS 14 H

PEÇA TRECHO ERMO DE WILSON SAYÃO

"TRECHO ERMO" É UM ESPETÁCULO QUE TRATA DO CONFLITO ENTRE IRENE E SEUS FILHOS, OS QUAIS NÃO CEDEM AS SUAS SÚPLICAS E CONTINUAM SEUS CAMINHOS ERMOS.

DIREÇÃO: HÉLCIO FERNANDES, JANDIRA BRITO E MAICON BARBOSA

ELENCO: DAVI DOS SANTOS, FRANCINE FURTADO, HÉLCIO FERNANDES, JANDIRA BRITO, JOANDERSON FLORIANO, MAICON BARBOSA E SIRLEI KORCZESKI.

Estudo de caso de Teatro Comunitário - Comunidade de Interesse e por Comunidade

GRUPO METAMORFOSE DA ESCOLA GETÚLIO VARGAS

               O Teatro comunitário e suas implicações educacionais na formação do indivíduo. Começamos traçando o nosso roteiro na cidade de Pelotas, pelo bairro Getúlio Vargas, mais precisamente com o foco na Escola Municipal de Ensino Fundamental do Núcleo Habitacional Getúlio Vargas. Que está localizado no Bairro Getúlio Vargas, na cidade de Pelotas – RS. Bairro que existe aproximadamente a uns vinte e cinco anos. Na busca de instrumentos metodológicos que pudessem guiar nossas pesquisas de Teatro para o desenvolvimento de comunidades, fizemos visitas à Escola, onde entrevistamos o Grupo de Teatro Metamorfose, que já existe desde 2009, sob a direção da professora Mônica Elizabeth Alonso Pereira Valerão que é formada em Artes e História pela Universidade Federal de Pelotas. A possibilidade de se montar um grupo de teatro Escola, partiu do interesse da própria professora, uma vez que a mesma já havia desenvolvido trabalhos artísticos, e foi uma maneira de se trabalhar com os alunos utilizando-se de um método mais descontraído e menos tradicional. O Bairro Getúlio Vargas é formado por uma “Comunidade de interesse”, como a frase sugere, é formada por uma rede de associação que são predominantemente caracterizadas por seu comportamento em relação a um interesse comum, a carência em todos os sentidos. Uma vez que esta Comunidade não está delimitada por uma área geográfica particular. (Quer dizer também que Comunidade de interesse tende a ser explicitas ideologicamente, de forma a que mesmo se seus membros venham de áreas geográficas diferentes, eles podem de maneira relativamente fácil reconhecer sua identidade comum Kershaw: 1992,31).
            Segundo (Van Erveu: 2001,2). Os diferentes estilos do teatro na comunidade se unem por “sua ênfase em histórias pessoais e locais (em vez de peças prontas) que são trabalhos inicialmente através de improvisações e ganham forma teatral coletivamente”. Seus materiais e formas sempre emergem diretamente (se não exclusivamente) da comunidade, cujos interesses se tenta expressar. No percurso desse trabalho pela prática do Teatro na Comunidade, identificamos especialmente dentre os três modelos que se diferenciam em função dos objetivos e métodos serem decididos ou não pelas pessoas que participam dos projetos teatrais, o Teatro por Comunidade que trabalha a inclusão da própria comunidade. Este percurso não é único, ele representa um olhar sobre as práticas que podem contribuir como um referencial para análise das práticas Teatrais na Comunidade. Tendo influencialmente as idéias de Augusto Boal, inclui as pessoas da comunidade no processo de criação teatral. Em vez de fazer peças dizendo o que os outros devem fazer, passou-se a perguntar ao povo, ou seja: aos alunos (escola), o conteúdo do teatro os meios de produção e criação de esquetes para que juntos possam decidir o que vão trabalhar.
            Essa evolução proposta por Boal influenciou muitos trabalhos de teatro e comunidade no mundo todo. Ganhou forma um novo Teatro na Comunidade cuja função seria de fortalecer a comunidade. O Teatro passou a ser a arena privilegiada para refletir sobre questões de identidade de comunidades específicas, contribuindo para o aprofundamento das relações entre os diferentes segmentos da comunidade que podem, através da improvisação, do jogo teatral, explicitar suas semelhanças e diferenças. O teatro seria, neste sentido, o porta-voz de assuntos locais, o que poderia contribuir para expressão de vozes silenciosa ou silenciadas da própria comunidade. O grupo Metamorfose faz seus ensaios na sexta-feira da 14hs às 17hs, na própria Escola, compreendendo um total de 13 (treze), crianças que variam de 10 a 13 anos. A relação é de harmonia e respeito uns para com outros. Isso é um dos fatos que mais nos chamou a atenção na entrevista. Apesar de serem crianças desprovidas de uma condição de vida desfavorecida, são todos extremamente educados e carinhosos. O grupo trabalha expressão vocal, improvisação, leituras e juntos pesquisas de texto para a montagem das peças e esquetes. Esteticamente, podemos observar que é uma forma de fazer teatral, ainda inspirada no tradicional. Geralmente as obras escolhidas sempre trás um fundo moral, como no momento agora, estão trabalhando com o tema do Natal, e foi montada a esquete, O Tribunal do Natal, aonde se trabalha os valores e as questões sociais do que realmente significa o Natal. Uma mensagem que é transmitida a comunidade sobre o consumismo exacerbado que envolve o Natal. Percebemos que o grupo tem uma dificuldade em trabalhar a expressão corporal.  O grupo já se apresentou em vários espaços fora da Escola. Quanto à relação de atores e espectadores, é uma relação de cumplicidade, de parceria, uma vez que a comunidade também tem sua participação efetiva na construção de conhecimento.
Maicon Barbosa
  

sábado, 13 de agosto de 2011

Dialogando com Brecht e Paulo Freire

Após a leitura do texto “Teatro e Comunidade: Dialogando com Brecht e Paulo Freire” pude compreender melhor os métodos de trabalho de Bertolt Brecht e Paulo Freire e percebi o quanto tem ligações um com o trabalho do outro.
O dramaturgo alemão Bertolt Brecht propõe o distanciamento ou efeito V com a finalidade de a arte assumir o compromisso da urgente transformação da sociedade, o autor pensa que se você se distanciar de um problema conseguirá enxergar ele com outros olhos, pois se você se encontra dentro dele não conseguirá resolve-lo.
Brecht assim como Paulo Freire preocupou-se com a sociedade, usou a sua arte como ferramenta para novas possibilidades de ação transformadora. Ele pensa que o ser humano tem de pensar sobre o mundo, tem que agir, não apenas viver sem nenhuma perspectiva de mudança.
Paulo Freire com o seu conceito de codificação vai mais além do que Brecht, ele pensa que o ser humano não pode apenas se distanciar dos problemas para tentar resolve-lo tem que analisar o problema e pensar sobre, tentando de alguma forma modificá-lo.
Brecht com o distanciamento quer que o indivíduo, através do teatro, tente encontrar o problema e Paulo Freire quer que analise.
Freire nos fundamenta numa necessidade de envolvimento com a realidade vivida por uma determinada comunidade, Brecht nos alimenta com alternativas concretas para o trabalho teatral.
A semelhança entre os dois autores salta aos olhos e o paralelo entre os dois conceitos reforça esta percepção: ambos buscam uma maior compreensão e engajamento crítico com vistas à transformação da realidade através de um exercício de distância sobre elementos da realidade.
Ao meu ver os dois métodos são bem parecidos, ambos autores pensam na perspectiva de um mundo melhor e que os agentes de transformações são meramente os que vivem em sociedade, eles não conseguiram “mudar o mundo”, pois isso seria e é impossível, mas se você conseguir mudar uma pequena parcela de pessoas, um grupo de alunos da escola na qual você irá trabalhar ou uma comunidade, você já está contribuindo para uma mudança, para uma ação transformadora.
São essas lições de vida que esses dois autores nos propõem com esses dois métodos de ensino.
Maicon Barbosa



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O legado de Michael Jackson




A música acalenta minha alma,mexe com meu ego e inspira meus sentimentos. São várias as canções que contruiram meu passado,constroem meu presente e com certeza construirão meu futuro.

Poderia ter escolhido para analisar em meu "Museu imaginário" qualquer obra do grande poeta e ídolo Renato Russo, pois parte de sua coletânea musical mexem, de alguma forma, em meus sentimentos. Renato é minha grande inspiração, pelo grande artista que representou, por sua ousadia de comunicar, através da música, um dos poucos que conseguiram tal façanha.Um artista que morreu há mais de 10 anos e continua sendo atual ,suas músicas servindo de trilha para uma nova geração, provando que, quando um artista rompe com o óbvio, é imortalizado.

Isso , certamente, acontecerá com outro fenômeno musical , que morreu recentemente e causou comoção mundialmente, mas que deixa um legado artístico impossível de ser esquecido.

Conforme diz Mark Savage, Repórter de entretenimento da BBC News, no site BBC BRASIL:

“Michael Jackson era uma presença que se destacava no mundo da música pop - um gigante que ficava ombro a ombro com artistas como Elvis, Beatles e Frank Sinatra. Suas habilidades como cantor, compositor e arranjador e exímio bailarino foram, por vezes, ofuscadas por sua excentricidade, mas seu legado sem dúvida serão as canções que ele gravou.” (SAVAGE,Mark.2009).

Sua música continuará passando de gerações em gerações, seu estilo único estará sempre presente em nossso imaginário, Michael Jacksom será eternizado.

Escolhi a música They Don't Care About Us (Eles não ligam pra nós) pelo fato dessa representar uma expressividade na vida e carreira do cantor, a canção serviu de protesto a tudo que estava acontecendo na época, outro fato interessante é que o clipe foi filmado aqui no Brasil , na Favela Santa Marta do Rio de Janeiro e no Pelourinho.

Em 1995, quando a música foi lançada, teve uma grande repercussão na mídia e muitos críticos não aprovaram a reação do artista que expôs de forma agressiva sua opinião sobre o triste espetáculo que estava virando sua vida.

They Don't Care About Us (tradução)

Eles não ligam pra gente

Compositor: Michael Jackson


Michael, Michael, eles não ligam pra gente!

Sem cabeça
Todo mundo
Ficou louco
Situação
Frustração
Todo mundo
Alegação
No quarto
Nas notícias
Todo mundo
Comida de cachorro
Bang back
Morte chocante
Todo mundo
Ficou louco

Tudo que quero falar
É que eles não ligam pra gente

Bata em mim
Odeie-me
Você nunca vai
Me quebrar
Procure-me
Emocione-me
Você nunca vai
Me matar
Julgue-me
Processe-me
Todo mundo
Acabe comigo
Chute-me
Estraçalhe-me
Não diga que sou
Preto ou branco

Diga-me o que aconteceu com minha vida
Tenho uma mulher e dois filhos que me amam
Eu sou vítima da violência da polícia
Estou cansado de ser vítima do ódio
Você roubando o meu orgulho
Oh, pelo amor de Deus
Olho para os céus para cumprir a profecia
Liberte-me

Sem cabeça
Todo mundo
Ficou malvado
Trepidação
Especulação
Todo mundo
Alegação
No quarto
Nas notícias
Todo mundo
Comida de cachorro
Homem negro
Chantagem
Jogue o cara
Na cadeia

Diga-me o que aconteceu com meus direitos
Eu sou invisível? Porque você me ignora
Sua proclamação me prometeu liberdade
Estou cansado de ser vítima da vergonha
Eles estão acabando com minha reputação
Não acredito que essa é a terra de onde vim
Você sabe que eu na verdade odeio falar isso
O governo não quer enxergar
Mas se Roosevelt estivesse vivo
Ele não deixaria isso acontecer, não

Litígio
Bata em mim
Xingue-me
Você nunca vai
Me sujar
Ataque-me
Chute-me
Você nunca vai
Me pegar

Algumas coisas eles não querem enxergar na vida
Mas se o Martim Lutero estivesse vivo
Ele não deixaria isso acontecer, não

Segregação
Não
Julgue-me certo ou errado
Eles me mantêm no inferno

Estou aqui pra te lembrar



Minhas considerações...

O eu-lírico apresentado na música revela uma profunda tristeza por ser incompreendido. Também é possível observar o quanto ele sofre , sente-se em uma prisão,sua vida sendo vigiada e exposta , todos fazendo julgamentos precepitados, esquecendo que por trás do artista existe um ser humano.

Quando li a música o seu autor ainda não havia morrido. Eu me questionava: será que as acusações que pesam sobre o cantor são verdadeiras? É, no mínimo, muito estranho que um pai de família, sabendo que o astro havia sido acusado de pedofilia e, mesmo assim , permite que seu filho, ainda criança passe a visitar e dormir na caso do artista e, posteriormente, este pai vem a processar o cantor por pedofilia. Este pai não leva o processo adiante e faz um acordo milionário. Para um bom observador, a carreira de Michael Jackson começa a declinar a partir das acusações de pedofilia, acusações estas, que o astro sempre negou.

A música é um grito de desabafo, um pedido de socorro que , infelizmente , o mundo não escutou. Fica bastante confuso de usar a expressão eu-lírico porque percebe-se nitidamente que é o próprio artista que fala através de sua arte. Aqui o eu- poético se confunde com o homem e com o artista. Tendo tornado-se uma vítima da mídia, o homem que se fundiu com seu personagem teve um destino trágico.

O menino que não cresceu sente-se desprotegido, vítima do preconceito, mas sempre afirma que não será derrubado e , realmente, é o que acontece: o mundo não pode negar o seu legado artístico. As evidências de usurpação de sua imagem são muito nítidas.

Um dia assisti no fantástico uma colocação de Ariano Suassuna que me deixou consternado, pois ele se posicionou de uma forma muito radical, afirmando que Madonna e Michael Jackson eram a representação do lixo cultural. Sabemos que Ariano Suassuna tem alta representatividade no que se refere à arte, mas também não podemos esquecer que o conceito de arte é mutável, não é estanque e , mesmos os intelectuais mais reconhecidos podem se equivocar.

É preciso que se faça uma reflexão acerca dos parâmetros utilizados para definir em uma linguagem mais vulgar “ o que presta e o que não presta”. Que há um grupo seleto, mais preparado, podendo portanto definir o que pode e o que não pode ser arte, isto é inegável, mas o que não pode acontecer é negar a opinião de uma parcela da comunidade bastante expressiva.
Maicon Barbosa




A docência no teatro

Em busca por um ensino melhor.

A educação em nosso país está um caos. Segundo dados do jornal Zero Hora do dia 6 de fevereiro de 2011 o Brasil ocupa a 53º posição entre 65 países pesquisados pela Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Econômico (OCDE). Quando nos deparamos com esses números alarmantes queremos saber quem são os culpados pelo Brasil ocupar essa posição em relação a outros países.
Especialistas atribuem os péssimos índices da educação básica à falta de professores qualificados, e a queda de interesse pelas licenciaturas no vestibular confirmam essa interpretação.
Pergunto então: serão os professores os grandes culpados pela má qualidade de ensino? Penso que não. Pois a desvalorização dessa profissão começa pela péssima remuneração dos docentes, que sequer lhes permite investir na própria formação.  Somando-se a isso, temos as dificuldades do ensino na rede pública, a indisciplina dos alunos, turmas excessivamente grandes, e por aí vai.
Geralmente os estudantes universitários entram em choque com a realidade das escolas, pois a universidade não lhes dá o suporte necessário para que esses possam enfrentar uma realidade que não se encontram nos livros estudados na faculdade.
Penso que para ser um profissional da educação você tem que amar a docência em primeiro lugar, uma vez que os desafios a serem enfrentados são muitos nesta longa jornada diária.
Eu escolhi o curso de teatro - licenciatura por que em primeiro lugar gosto de teatro e também de ensinar. Teremos muitos desafios pela frente, pois o teatro como disciplina obrigatória está sendo implantado aos poucos dentro das escolas. Estaremos contribuindo por um ensino melhor e de qualidade no nosso país. Esta será a oportunidade e a chance de mudar os baixos índices da educação no Brasil.
Espero que os governantes do nosso país tenham um pouco mais de respeito com os profissionais da educação e nos devolvam a decência.
Maicon Barbosa

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O santo amargo da purificação no mercado público

Montagem do grupo “Oi Nóis Aqui Traveiz”
Domingo 24 de maio de 2009, uma linda tarde de sol, preparei meu chimarrão e rumei para o largo do mercado público a fim de assistir a apresentação teatral do grupo porto alegrense “Oi Nóis Aqui Traveiz” com o seu mais novo espetáculo “O Santo Amargo da Purificação”. Eu já conhecia o trabalho da trupe, pois em 2003 (ou 2004 não me recordo muito bem) eles tiveram aqui na cidade e se apresentaram também no largo do mercado público, admiro-os muito com seu trabalho de teatro de rua, dessa idéia de levar arte para aqueles que não têm acesso. 

Chegando ao mercado percebi que o público era totalmente diferente daquele da peça “Doce Deleite”, o público da trupe de atuadores eram artistas locais, estudantes de teatro, professores, mendigos, cachorros, pessoas que nunca tinham assistido a um espetáculo teatral, ou seja, um teatro para todos. 

A peça tinha como pano de fundo a ditadura militar e contava a história de vida e morte de um militante brasileiro que viveu nos duros tempos do regime militar. 

O cenário era o próprio mercado, a luz do dia servia de iluminação, porém o figurino, a maquiagem, os adereços e a marcante atuação dos atores nos “puxavam” para dentro da história, nos prendendo a atenção e não deixando nos dispersar em nenhum momento. O que mais me chamou a atenção é que os atores olhavam para dentro dos olhos de cada um de nós da platéia, nos fazendo acreditar na história que estava sendo encenada. 

A platéia estava muda, anestesiada, encantados com o belíssimo trabalho. 

São trabalhos como esses que nos estimulam a continuar na difícil caminhada do teatro, nos fazendo acreditar que se pode fazer sim um trabalho de excelentíssima qualidade sem precisar da “escada” da televisão. 
Maicon Barbosa

Gianecchini se "deleitando" no Teatro 7 de abril

Sexta-feira dia 22 de maio de 2009, comprei meu ingresso para assistir o espetáculo “Doce Deleite” comédia teatral sobre os bastidores do teatro com os globais Reynaldo Gianecchini e Camila Morgado sob a direção de Marília Pêra.

Foi uma correria até eu conseguir comprar esse ingresso, pois eu até então não tinha feito minha carteirinha estudantil para poder pagar meia entrada, o valor do ingresso achei totalmente fora da realidade da nossa cidade, R$ 60,00, parece-me que o valor exorbitante é para se ter um público seletivo,ou seja,espetáculo para a burguesia.

Montagem dirigida por Marília Pêra
Bom mas voltando para a compra do ingresso, consegui de última hora, tive a sorte de encontrar o DCE (Diretório Central dos Estudantes) aberto e pedi para que fizesse-me a carteirinha, com ela poderia pagar meia entrada nesse e em outros espetáculos teatrais. Sobrou-me apenas o balcão para assistir a peça, pois já estavam esgotados todos os ingressos para os três dias de apresentação. A moça da bilheteria aconselhou-me há chegar meia hora mais cedo porque as cadeiras do balcão não eram numeradas.

Sábado dia 23 de maio de 2009, seguindo os conselhos da “bilheteira” cheguei ao teatro meia hora mais cedo e logo vi que não tinha adiantado muito, pois a fila já chegava ao Caxeiral e daí reparei que minha observação acerca da valorização do ingresso estava correto, realmente o público era selecionado. As pessoas pareciam que estavam indo a uma ópera e não a um espetáculo teatral. E o mais engraçado nem era o “figurino”, era observar a “excitação” das pessoas em ver o Gianechinni.

Na fila fiz outra observação, vi que a grande maioria daquelas pessoas não estavam ali para assistirem a uma peça teatral e sim para verem um artista.

Estava ali para ali conhecer o trabalho teatral dos dois atores globais, pois na televisão estou acostumado a vê-los, porém no teatro ainda não. Gosto muito da atriz Camila Morgado e minha curiosidade justamente era em vê-la fazendo comédia, até então nunca tinha feito, era considerada uma atriz dramática.

A respeito da peça, não superou as minhas expectativas, esperava belas interpretações dos atores, principalmente de Camila Morgado. Personagens caricatos, estereotipados, clichês nas interpretações, a voz da Camila Morgado era igual para todos os personagens. Claro que eles tiveram uma excelente preparação vocal, ambos cantavam maravilhosamente bem em cena, porém não aparecia nos personagens.

O cenário e a iluminação eram de excelente qualidade. Como eram várias esquetes o cenário movimentava-se com a ajuda de dois divertidos contra-regras que os ajudavam também na troca de figurinos, tudo visível aos olhos da platéia.

As mulheres deleitavam-se em cada troca de figurino do ator, o que tornava o espetáculo ainda mais engraçado.


Concluo que foi importante ter assistido a peça ”Doce Deleite” com os dois atores globais, para verificar que são atores normais que erram e acertam como nós meros estudantes de teatro.

E sendo nós estudantes de teatro não podemos nos prender a preconceitos contra ”tipos de teatro”, temos que deixá-los de lado e assistir a todos.
Maicon Barbosa